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  • Foto do escritorAldomar de Castro

Encontro

Com todos estes acontecimentos, que o cotidiano no oferece, em muitas oportunidades, a gente cruza por uma pessoa e nem a cumprimenta. Depois, as desculpas são várias. Estava distraído. Andava pensando noutra coisa, Etc. Etc. Pois bem, isso aconteceu dias atrás quando encontrei com Tapejara, meu amigo e meu mestre. Cruzei-o no mesmo passo que andava. Ouvi uma voz conhecida que exclamava o termo peculiar, – Homem! não me reconheces mais? – Virei-me rapidamente, procurando atender o chamamento e antes que lhe pedisse desculpas pelo acontecido estendeu-me a mão dizendo: – Estas desculpado, mas é contigo mesmo que eu preciso conversar. Ando observando que os jovens estão recebendo uma série de informações erradas, invertendo valores, usando termos falaciosos e não vejo ninguém preocupado com essa situação. Vou te citar um exemplo: Agóra mesmo uma moça perguntou-me: – Tio que horas são? – Ora, eu aprendi que “tio” é o irmão do nosso pai, o irmão da nossa mãe e por afinidade o marido da nossa tia. Busquei estas informações nos registros de Plácido e Silva que dá uma conotação jurídica dizendo: “Tio designa o filho do avô, ou seja o irmão do pai, ou irmão da mãe. Os tios indicam-se parentes colaterais, estando ligados aos sobrinhos por um vínculo ou parentesco de terceiro grau. Sobre o mesmo termo ensina-nos Aurélio Buarque de Holanda Ferreira que “Tio” vem do grego ( theios), pelo latim “thiu. É substantivo masculino e significa o irmão dos pais em relação aos filhos destes. E, por extensão o marido da tia, em relação aos sobrinhos desta. Sabe-se que no Nordeste esse termo em determinadas regiões é usado para designar pessoas amigas dos pais, porem, nós aqui dos Pampas, quando desejamos acarinhar uma pessoa amiga dos nossos genitores ou uma pessoa de mais idade, sempre usamos o hipocorístico de tio, ou seja “Titio”, que nada tem a ver com parentesco nenhum, tão-somente revela admiração e respeito pela pessoa que se fala. Será que a Tradição é globalizsável? Dizendo isso saiu sem falar mais nada. Fiquei olhando afastar-se com uma imponência nobre, de pessoa firme em direção ao horizonte da sabedoria sem . . . nem mesmo ouvir a minha resposta.

CRESCENTE DE MARÇO DE 2008.

CALTARS.  “TO”

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