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  • Foto do escritorAldomar de Castro

Chapéu

Os veículos de comunicação atualizando todo e qualquer procedimento evolutivo que ocorra, em qualquer área oferecem grande disponibilidade de informações a qualquer camada social, cultural, ou econômica, dado a facilidade que hodiernamente, os órgãos informativos divulgam. Estes mesmos organismos informativos disponibilizam e registram fatos, feitos e procedimentos que nem sempre são recomendáveis que estejam ao alcance de pessoas que ainda não detêm uma formação cultural sólida. Neste caso, a informação passada pelo veículo de comunicação: rádio, jornal, televisão, etc. é recolhida como sendo correta. Entretanto, em muitas oportunidades o procedimento divulgado revela exatamente o que não deve ser feito. Sem citar casos mais graves que se referem ao procedimento familiar, social e religioso. Vamos nos deter, simplesmente, no cotidiano, no menor conhecimento que qualquer pessoa deve possuir para se considerar cidadão. Hoje, o que todos querem ser, porém, grande número dos que isso desejam, procedem de maneira diversa, a de um cidadão. Convido-os para analisarmos tão-somente o uso do chapéu. Francisco da Silveira Bueno, nos informa que chapéu é “substantivo masculino. Cobertura de feltro, palha, etc. com copa e abas, para a cabeça”. Antônio Houaiss, afirma ser o chapéu: “proteção para a cabeça dos homens ou das mulheres, de forma e aspecto variável”. O professor Câmara Cascudo em Dicionário do Folclore Brasileiro cita “ representa a cabeça, sede do juízo, do raciocínio da vontade. Outrora como toda a gente não dispensava o chapéu, sair sem ele dizia-se sem cabeça.Andar sem a cabeça”. Também refere na mesma obra: “os discípulos de Freud dizem que o chapéu, representação do corpo, é símbolo fálico”. Paixão Cortes, através da obra O Gaúcho, ensina-nos que “o chapéu como abrigo para a cabeça, no sentido de protegê-la contra o sol, o calor, a chuva ou simplesmente como adorno, tem, através dos tempos e dos povos, nas diferentes regiões do mundo, tomado múltiplas formas”. Antes de revelar nossa observação sobre o chapéu, vamos dirigir-lhe uma pergunta. Uma pergunta sobre procedimentos que ocorrem diversas vezes por dia. Fatos singulares que a cada momento se nos apresentam e com a maior espontaneidade, até mesmo sem refletir, nós o realizamos. Você é capaz de cumprimentar uma pessoa de chapéu na cabeça? (Entenda-se como chapéu toda e qualquer cobertura que se apõe na cabeça, tal como: boné, cangol, bico-de-pato, boina, etc.) Caso você responda positivamente, nosso assunto encerra-se por aqui. Mas, como temos certeza que você responderá não, vamos continuar com o seguinte questionamento: você entra no clube, na casa de uma pessoa, almoça ou janta de chapéu na cabeça? É claro que não, pois todos os escritores anteriormente citados, disseram e nós sabemos, que o chapéu é um abrigo para proteger-nos da chuva, do sol e das intempéries que em local coberto, isto é, dentro de casa não há necessidade de usarmos esse tipo de proteção, salvo quando ele é usado por senhoras como adorno. É comum no campo, um gaúcho passar por outro e ao cumprimentá-lo quando não tira o chapéu da cabeça, coloca a mão sobre a aba demonstrando nesse gesto, educação e respeito pela pessoa que cumprimenta. Isto é uma realidade, que ocorre com freqüência, no meio rural. Hoje, observa-se nos restaurantes, e em alguns Centros de Tradições Gaúchas que os freqüentadores participando das atividades sociais de chapéu na cabeça. A tarefa de informar sobre tais procedimentos está a cargo dos pais, “porque a educação, começa em casa”, depois: da Vice-presidência de Cultura do MTG, dos Departamentos Culturais dos CTGs, dos patrões e dos educadores ou . . . os princípios básicos da tradição gaúcha foram banidos do rol de conhecimentos que identificam como monarca, o centauro dos pampas, que ainda não era culto, mas sem nenhuma dúvida, por excelência ,educado.

MINGUANTE DE FEVEREIRO DE 2004

CALTARS – “TO”.

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