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  • Foto do escritorAldomar de Castro

Chama Crioula

Nas décadas de trinta e quarenta nós procurávamos destruir tudo que era “velharia”, Salvava-se algumas poesias de Taveira Junior, as lendas de João Simões Lopes Neto, os escritores do Partenon Literário, fatos escassos do Instituto Histórica, lembranças de hábitos campestres revividos por João Cezimbra Jacques e referências sobre os “ Clubes Gaúchos” o ciclo dos grêmios.A brigada Militar reverenciava Bento Gonçalves no dia 20 de setembro e nada mais. Os centro irradiadores da “moda” orientavam para os procedimentos vindo de além-mar ou dos EEUU. Para as “novas” o pólo irradiador vinha através do cinema, da música, histórias em quadrinhos e super-heróis. Esta generalização nada tinha a ver com a nossa cultura. No fim da década de quarenta o povo gaúcho parecia ignorar o seu patrimônio histórico-cultural. Muito colaborou para esse quadro a ditadura de Vargas nos anos trinta, quando foram queimados todos os símbolos regionais (1937). A sociedade estava tão eivada de hábitos alienígenas que os nativos ao saírem às ruas com vestes rurígenas eram motivo de gozação e os estudantes da época, atônitos observavam o elevado índice patológico que se encontrava nossa História, a Tradição e a Cultura Gaúcha quase ignorada. Estes estudantes resolveram dar um basta dizendo: nós estamos aqui e vamos valorizar o que é nosso. Assim surge, dentro do Grêmio Estudantil do Colégio Julho de Castilhos de Porto Alegre, o Departamento de Tradições Gaúchas. No ano de 1947 a Liga de Defesa Nacional, programa homenagem póstumas aos soldados brasileiros que perderam a vida lutando na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. A Pira da Pátria foi acesa em Pistoia na Itália e transportada pelo Coronel Aviador Rubens Canabarro até o Rio de Janeiro de onde percorreu por mãos de atletas todo o Território Nacional. Neste mesmo ano, durante as festividades da Semana da Pátria, a mesma Instituição tinha a missão de transladar os restos mortais de Coronel Devid José Martins, “O David Canabarro” de Santana de Livramento para o Panteon em Porto Alegre. O Dr. Fortunato Pimentel, secretario da Liga de Defesa Nacional contatou com o Departamento de Tradição Gaúcha do Grêmio Estudantil do Colégio Julio de Castilhos em Porto Alegre e conseguiu que no dia 05 de setembro, um piquete de cavalarianos montassem, a guarda de honra do coronel farrapo que foi denominado piquete de tradição. João Carlos Dávila Paixão Cortes, um dos componentes do piquete, solicitaram ao presidente da Liga, Major Dacy Vignolli, permissão para momentos antes de extinção da Pira da Pátria, retirar uma centelha e levar para o Departamento de Tradiçôes Gaúchas do Colégio Julio de Castilhos, com a concordância do presidente da liga os componentes do Piquete da Tradição fazem nascer a CHAMA CRIOULA que iluminaria o legislador gaúcho para que através do deputado Francisco Solano Borges, presidente de Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, sancionasse a Lei número 4.850 de 11 de setembro de 1964 que oficializa a Semana Farroupilha no Rio Grande do Sul a ser comemorada de 14 a 20 de setembro de cada ano, em homenagem à memória dos Heróis Farroupilha. Mais tarde esta Lei foi regulamentada pelo Decreto nº.33.224 de 22 de junho de 1989. O mesmo Diploma legal constitui uma comissão comporta por representantes do Movimento Tradicionalista Gaúcho, da Brigada Militar, da Secretaria de Educação, Secretaria de Cultura e de Turismo e Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, isto na Capital do Estado, no interior a Comissão é composta por representantes das instituições retromencionadas. No ano de 2005 a Comissão, com o objetivo de homenagear personalidades que se destacaram na Cultura Gaúcha, instituiu um“ Patrono” para cada edição da Semana Farroupilha, o primeiro a receber esse reconhecimento foi o radialista, compositor e poeta Luiz Meneses. No ano seguinte foi indicado para Patrono da Semana Farroupilha, João Carlos D´avila Paixão Cortes, Engenheiro agrônomo, Santanense, escritor, folclorista, radialista, componentes do “Grupo dos Oito”, fundador do “35” Centro de Tradições Gaúchas, Conselheiro Benemárito do MTG/RS e modelo da estátua do Laçador, um dos símbolos de Porto Alegre. Em 2007 o Patrono da Semana Farroupilha foi o Advogado, comunicador, compositor, pesquisador, folclorista e escritor, nascido em Alegrete, Antono Augusto Fagundes

CRESCENTE DE MAIO DE 2008

CALTARS – “ TO”

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